No seu mais recente anúncio feito na última segunda (11), a Friend.tech lançou a versão beta fechada de um aplicativo que permite aos usuários tokenizar sua presença no Twitter, transformando perfis em ativos digitais negociáveis, ou comprar participações ou “ações” de outros indivíduos.
É uma proposta simples, mas revolucionária: Usuários podem não criar perfis e vender “ações” de si mesmos para seus seguidores, assim como podem comprar ações de pessoas que seguem.
A dinâmica do mercado de personalidades
O preço das “ações” não é estático. Ele flutua de acordo com a oferta e a demanda, como qualquer outro ativo. A fórmula de precificação é baseada em uma função que depende apenas do número de ações atualmente em circulação.
Se um influenciador ganha destaque ou se torna viral, o valor de suas “ações” pode disparar, assim como uma queda em sua popularidade pode resultar em uma desvalorização. É um sistema que permite que a natureza especulativa dos mercados financeiros seja aplicada ao nicho da popularidade das redes sociais e dos influencers.
Assim como ações, que muitas vezes pagam dividendos, os compradores desse tipo de ativo também têm vantagens além da possibilidade de valorização de seu papel: O comprador ganha o direito de trocar mensagens privadas com o detentor do perfil no qual investe. O novo app é também, portanto, uma forma de monetizar a interação social, colocando um preço na comunicação direta com personalidades influentes.
A monetização das interações sociais
O Friend.tech é, agora, o principal representante do sistema SocialFi – a fusão das finanças descentralizadas com as redes sociais. O SocialFi busca monetizar interações sociais, permitindo que usuários ganhem com sua presença online. Com o Friend.tech, essa monetização é levada a um novo patamar, onde a influência e a interação são diretamente tokenizadas e comercializadas.
É importante compreendermos que essa é uma evolução natural, essencialmente inevitável, para o mundo das redes sociais. Influenciadores e criadores de conteúdo sempre buscaram maneiras de capitalizar sua presença e engajamento online, com plataformas tradicionais como Instagram e YouTube permitindo que esses indivíduos gerem receita por meio de publicidade e patrocínios. O SocialFi vai além disso: ele proporciona uma forma mais direta e descentralizada de monetização, onde o valor é determinado pela popularidade real e percebida de um indivíduo, ditada pela comunidade e pelo mercado, e não por algoritmos ou anunciantes.
O nascimento do app da Friend.tech
O sistema por trás do app foi construído na Base, a nova rede Layer 2 da Coinbase, e relatos da comunidade apontam que ele está funcionando exatamente como o esperado. Desde seu lançamento, o aplicativo tem visto um crescimento explosivo, atraindo milhares de usuários e processando milhões de dólares em negociações. No entanto, apesar da boa recepção da comunidade, o novo produto não está isento dos desafios que toda nova proposta disruptiva enfrenta. Questões sobre privacidade de dados e a sustentabilidade de seu modelo de negócios são pontos de discussão na comunidade cripto.
Além disso, é importante notar que o Friend.tech não é o primeiro a tentar tokenizar a interação social. Plataformas como BitClout tentaram algo semelhante no passado, mas não conseguiram manter o modelo de negócios. No entanto, a equipe por trás do novo app parece ter aprendido com os erros de seus predecessores e está adotando uma abordagem mais estratégica e focada.