A gestora brasileira Hashdex, que já oferece dois fundos de criptomoedas negociados na B3 (HASH11 e BITH11), entrou na disputa para ter o primeiro ETF de Bitcoin dos Estados Unidos. A empresa apresentou um pedido de registro junto à Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana, em parceria com a New York Stock Exchange (NYSE).
O que é um ETF de Bitcoin?
Antes de mergulhar na participação da Hashdex nesse cenário, é fundamental entender o conceito de um ETF de Bitcoin. Um ETF (Exchange-Traded Fund) é um tipo de fundo de investimento negociado em bolsas de valores, assim como uma ação. Um ETF de Bitcoin, portanto, permite que os investidores do mercado tradicional obtenham exposição ao preço do Bitcoin sem precisar comprar e armazenar a criptomoeda diretamente. Isso torna o investimento em Bitcoin mais acessível e regulamentado para uma ampla gama de investidores.
A disputa pelo primeiro ETF de Bitcoin nos EUA
A busca pelo lançamento do primeiro ETF de Bitcoin nos Estados Unidos tem sido uma jornada complexa e longa. Até o momento, a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador dos mercados financeiros nos EUA, não aprovou nenhum ETF de Bitcoin devido a preocupações relacionadas à volatilidade, liquidez e custódia desses ativos digitais.
A entrada da Hashdex nessa disputa é notável, pois marca mais um passo na internacionalização, já bem-sucedida, da gestora de criptoativos no mercado internacional. A Hashdex, juntamente com parceiros estratégicos, busca obter a aprovação da SEC para lançar este novo ETF de Bitcoin nos Estados Unidos. Essa empreitada não apenas demonstra a confiança na maturidade do mercado de criptoativos, mas também pode potencialmente abrir portas para uma nova gama de investidores institucionais e varejistas aptos a investir em Bitcoin por meio de um veículo regulamentado.
O ETF Hashdex Bitcoin Futures (DEFI) teria como objetivo replicar o desempenho do Bitcoin, usando uma combinação de contratos futuros e compras à vista da criptomoeda em diferentes exchanges. A abordagem da Hashdex difere dos registros recentes, pois não dependerá do acordo de compartilhamento de vigilância da Coinbase, optando por adquirir Bitcoin à vista de exchanges dentro do mercado CME.
A Hashdex já tem experiência com ETFs de criptomoedas no exterior. Em fevereiro deste ano, a empresa lançou o primeiro ETF de criptoativos do mundo na Bolsa de Valores de Bermudas (BSX), em parceria com a Nasdaq. O produto, chamado Hashdex Nasdaq Crypto Index ETF, segue um índice composto por seis criptomoedas: Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Bitcoin Cash, Chainlink e Stellar Lumens.
No Brasil, a Hashdex também foi pioneira ao lançar o primeiro ETF de criptomoedas do país, o HASH11, em abril de 2021. O fundo segue o mesmo índice do ETF de Bermudas e permite que os investidores brasileiros tenham acesso a uma cesta diversificada de criptoativos com uma única cota negociada na B3. Em julho, a empresa lançou outro ETF, o BITH11, que é 100% composto por Bitcoin e tem como diferencia ser o primeiro ETF verde de Bitcoin do Braisl, pois compensa as emissões de carbono geradas pela mineração da criptomoeda.
A entrada da Hashdex na corrida pelo primeiro ETF de Bitcoin dos EUA aumenta a concorrência entre as gestoras que buscam a aprovação da SEC. Até o momento, mais de uma dúzia de pedidos foram apresentados por empresas como VanEck, WisdomTree, Fidelity, SkyBridge e Valkyrie. No entanto, a SEC tem adiado repetidamente sua decisão sobre os pedidos, alegando preocupações com a manipulação do mercado, a volatilidade e a segurança dos investidores.
A expectativa é que a SEC finalmente aprove um ETF de Bitcoin nos EUA até o final deste ano ou mesmo no início de 2024. Se isto acontecer, será um marco histórico para o mercado de criptomoedas e poderá atrair bilhões de dólares em investimentos institucionais e varejistas para o setor. A Hashdex espera fazer parte dessa história e se consolidar como uma das principais gestoras de criptoativos do mundo.
A Hashdex e sua relevância no mercado de criptoativos
A Hashdex é uma gestora de investimentos digitais brasileira que se destacou por oferecer produtos financeiros baseados em criptomoedas. Ela lançou o primeiro ETF de criptomoedas no Brasil, o HASH11, que permite que os investidores brasileiros obtenham uma exposição a uma cesta diversificada de criptoativos. Esse fundo foi pioneiro e abriu caminho para facilitar a compra de criptomoedas no mercado financeiro tradicional do Brasil.
A participação da Hashdex na disputa pelo primeiro ETF de Bitcoin nos Estados Unidos reflete não apenas o crescente alcance das criptomoedas no cenário financeiro, mas também a capacidade das empresas brasileiras de competir e inovar em nível internacional. Se bem-sucedida, essa iniciativa poderia levar a adoção de criptomoedas em um novo patamar.