Com a crescente adoção e disseminação da tecnologia blockchain, o tráfego se tornou exponencialmente maior, o que trouxe à tona diversos impasses relacionados à escalabilidade das redes. Com isso, diversas redes, como a Ethereum, possuem integração com blockchains auxiliares, também conhecidas como “Layer 2”.
A rede Ethereum, em termos de volume e relevância, é a maior e mais influente plataforma de blockchain, servindo como lar para centenas de protocolos e aplicações descentralizadas, com protocolos como Uniswap, Curve, SushiSwap, PancakeSwap e Balancer servindo de exemplo. A crescente demanda por espaço na rede levou a congestionamentos e taxas de transação elevadas, tornando necessário o desenvolvimento de soluções de escalabilidade.
As redes Layer 2
As redes Layer 2 são soluções construídas para oferecer suporte a uma blockchain já existente. Elas não substituem a rede principal (Layer 1), mas a complementam, com o intuito de otimizar o seu desempenho e capacidade, para que seja possível aumentar o número de transações que podem ser processadas por segundo, reduzindo custos e tempos de espera.
Existem várias tipos de soluções L2, como canais de estado (sistemas que mantêm transações fora da cadeia até que sejam necessárias na cadeia principal, como o Lightning Network do Bitcoin), sidechains (cadeias paralelas que operam ao lado da blockchain principal e costumam ter suas próprias regras e protocolos, mas continuam diretamente vinculadas à cadeia principal) e rollups (onde transações são processadas fora da cadeia e, em seguida, “compactadas” em um único arquivo para, então, serem postadas na cadeia principal
Cada sistema de gerenciamento de redes secundárias têm suas próprias vantagens e desvantagens, mas todos visam melhorar a escalabilidade sem comprometer a segurança. Porém, em meio à infinidade de soluções L2 disponiveis, um protocolo específico se destaca devido à sua alta compatibilidade com a rede Ethereum: Rollups da classe Optimistic.
Essa maior compatibilidade facilita a aplicação das redes auxiliares para desenvolvedores e projetos existentes, oferecendo equilíbrio entre escalabilidade e segurança. Além disso, o destaque dos Optimistic Rollups não se limita à sua maior compatibilidade com a rede Ethereum; esse método conta com um sistema que recompensa a comunidade pela manutenção da segurança da rede.
A genialidade dos Optimistic Rollups
Os Optimistic Rollups são um sistema de L2 que permite a execução de transações fora da cadeia principal por meio de um sistema inovador: o mecanismo de desafio.
O sistema inicialmente registra as transações em uma sidechain, uma cadeia paralela à principal. Após a execução dessas transações fora da cadeia, um resumo ou “prova” é postado na blockchain principal. Este resumo é uma representação compacta de todas as transações que ocorreram na sidechain. E é para ai que entra a genialidade do mecanismo de desafio.
A tecnologia é nomeada “otimista” pois assume que todas as transações são válidas e verdadeiras até que se prove o contrário. No entanto, se alguém acredita que uma transação é inválida, pode “desafiar” essa transação. Se a transação for comprovada como inválida, o postador original é penalizado, perdendo uma garantia que havia depositado – essa garantia é distribuída parcial ou totalmente com o usuário da rede que identificou a irregularidade, incentivando-os a monitorar a rede em busca de transações incorretas.
Portanto, através da combinação de transações fora da cadeia, postagens de resumo e mecanismos de desafio, os Optimistic Rollups representam uma abordagem promissora para resolver os desafios de escalabilidade enfrentados pela rede Ethereum e outras blockchains, de forma sustentável e rentável para a comunidade.
Vale mencionar que relação entre Optimistic Rollups e a Optimism é que o primeiro, tópico deste artigo, é uma implementação específica do método Rollup, enquanto a empresa Optimism é apenas uma das organizações que estão desenvolvendo uma versão de Optimistic Rollups para Ethereum.