Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, o maior banco do mundo, deu recentemente uma entrevista à Bloomberg TV. O executivo afirmou que a economia dos Estados Unidos enfrenta agora duas tempestades, que podem abalar o país.
Segundo Dimon, o primeiro grande problema do país são as questões fiscais. De fato, a dívida do governo dos EUA é atualmente superior a US$ 32 trilhões.
O executivo afirmou os problemas fiscais devem provocar ainda mais inflação:
“Portanto, uma delas é que o dinheiro fiscal gasto é tão grande, o maior em tempos de paz de sempre na América e em todo o mundo, com défices já muito elevados e QT (aperto quantitativo) que nunca tivemos. Eu sei que algumas pessoas pensam que o QT será tranquilo. Eu não tenho tanta certeza. No mínimo, espero mercados voláteis.
E então todas as questões fiscais de longo prazo são meio inflacionárias. Os preços do petróleo, os preços de certas matérias-primas, a economia verde, a reestruturação do comércio. Vejo que estão a aumentar a inflação e não a subtrair a inflação. Portanto, não creio que a inflação continue caindo.”
Após isso, Dimon afirmou que o segundo grande problema do país são as questões geopolíticas. O executivo mencionou a guerra na Ucrânia e as tensões com a Rússia:
“Mas a maior nuvem de tempestade é geopolítica. É a Ucrânia, a crise humanitária. É uma guerra não muito longe daqui. São 600 milhas e 500.000 pessoas foram mortas. É chantagem nuclear.
Irá afectar todas as relações globais na América e na China, alianças comerciais. Também não sabemos como isso vai começar. Então eu apenas coloquei essas duas coisas. Eu fico de olho. E então a forma como isso afeta a economia é diferente.”
Segundo o executivo, é provável que o governo tenha que elevar as taxas de juros para 7% como forma para conter a inflação. Este aumento poderia provocar uma recessão no país. Isso ocorre pois em ambientes de juros altos, os investidores tendem a buscar por ativos de renda fixa e livres de risco.
Além disso, o custo dos empréstimos se torna maior, desestimulando o investimento no mercado de varejo e em títulos de maior risco.