Uma operação de mineração de criptomoedas em Wyoming está no foco das autoridades norte-americanas de segurança nacional. A preocupação é com a empresa Bit Origin, que usa equipamentos para mineração de origem chinesa (ASICs da BitMain). As preocupações surgem devido à proximidade geográfica que a base de operações da empresa possui com duas instalações de extrema importância e sensibilidade para a segurança nacional dos Estados Unidos.
A preocupante mina de Bitcoins
As tensões envolvendo a base de operações da Bit Origin se dão devido à origem chinesa dos seus equipamentos, e a consequente ameaça de espionagem que podem representar. Mas essa ameaça tornam-se realmente preocupante devido a localização de sua base de operações: ela é vizinha de um centro de dados da Microsoft, que presta serviços para o Pentágono. Além disso, ela fica a pouco mais de um quilômetro de distância de uma base da Força Aérea Americana, que controla mísseis armados com ogivas nucleares.
As autoridades estão expressando preocupações não apenas com a espionagem e coleta de dados por parte da inteligência, mas também com o impacto na infraestrutura elétrica do local. Os computadores especializados utilizados na mineração de criptomoedas operam continuamente, consumindo enormes quantidades de energia e exercendo uma pressão significativa sobre as redes elétricas locais.
Brian Harrell, ex-secretário assistente de proteção de infraestrutura no Departamento de Segurança Interna durante a administração Trump, ressalta a possibilidade de ataques cibernéticos e apagões direcionados caso essas operações atuem em conjunto. Vale lembrar que existe uma forte presença de instalações em vários estados dos EUA, com a maioria usando equipamentos de origem chinesa.
A BitMain e o Partido Comunista Chinês
Embora não haja uma conexão direta aparente entre fabricantes de mineradoras de Bitcoin e as autoridades chinesas, registros de importação revelam que a Bitmain, especificamente, enviou remessas de produtos para os EUA por meio de uma subsidiária localizada em um local do Partido Comunista na China. Vale lembrar, que desde a proibição da mineração de Bitcoin na China em maio de 2021, a Bitmain aumentou significativamente a exportação de equipamentos, alegando controlar 90% do mercado global para esses dispositivos.
No contexto do aumento acentuado da mineração de Bitcoin nos EUA e das implicações associadas ao consumo de energia e à possibilidade de interferências no funcionamento das redes elétricas, autoridades e especialistas em segurança ressaltam a necessidade da implementação de protocolos de monitoramento rigoroso e regulamentação eficaz para mitigar os riscos em questão.