Em uma métrica ainda mais precisa que o tradicional “market cap”, a CryptoQuant acaba de revelar que cerca de 1,03 trilhão de dólares em valor real já foram alocados no Bitcoin. A sacada está em combinar dados on-chain (movimentações na blockchain) e off-chain (reservas em exchanges, negociações OTC e preço médio ponderado), o que mostra o dinheiro efetivamente alocado na rede, livre das eventuais distorções da capitalização de mercado clássica.
A metodologia desenvolvida pela CryptoQuant, chamada de SoV (Store of Value), reflete o capital genuinamente aportado no criptoativo, diferindo da capitalização de mercado que apenas multiplica o preço por todas as moedas em circulação, frequentemente inflando os números reais.
Como funciona o Índice SoV
Pra chegar no valor de U$1,03 trilhão, a empresa (especializada em mapear fluxos de capital e produzir análises aprofundadas do mercado cripto) montou o seguinte quebra-cabeça:
Ela cruza o realized cap da rede, combina com o preço médio ponderado por volume (VWAP) das exchanges e inclui também as negociações em plataformas OTC e corretoras centralizadas. No final, surge uma imagem bem mais fiel de quanto o mercado realmente investiu em Bitcoin.
Já a análise pela ótica do market cap, tradicionalmente utilizada no mercado financeiro e em crypto, atribui hoje ao Bitcoin cerca de US$ 1,89 trilhão em valor total de mercado, representando mais de 56% de todo mercado de criptomoedas.
Comparativo do índice em anos anteriores
Pra ter uma ideia do crescimento do Bitcoin nos últimos anos, em 2017, o valor alocado na criptomoeda, segundo a metodologia SoV, era de “meros” US$ 130 bilhões. Em 2021, já tinhamos US$ 700 bilhões. E no final de 2024 chegamos ao patamar trilionário que ninguém mais consegue ignorar.
Em relação a janeiro deste ano, o salto é de 85%. O que diz muito sobre a confiança dos investidores — em especial os institucionais , que parece não estar preocupada com a volatilidade do ativo no curto prazo.
Transparência da blockchain do bitcoin
O cruzamento de dados entre a blockchain — que é 100% pública e auditável — e negociações feitas em exchanges e plataformas OTC oferece um panorama de transparência pouco visto em outros mercados. Saber exatamente quanto capital foi efetivamente alocado em Bitcoin, em vez de simplesmente multiplicar o preço pelo total de moedas em circulação, elimina potenciais (e prováveis) ruídos nos dados.
Dessa forma, a nova metodologia SoV criada pela CryptoQuant acaba servindo como mais uma comprovação de que a arquitetura descentralizada do Bitcoin favorece a fiscalização independente, um recado para quem ainda dúvida da capacidade do Bitcoin de promover clareza e segurança no sistema financeiro.